Pesquisa pode ajudar no tratamento de pacientes com artrite reumatóide
Uma pesquisa inédita apoiada pela Fapema pode trazer alívio para aqueles que sofrem de artrite reumatóide (AR), doença que afeta milhares de pessoas em todo o mundo, provocando dor e inflamação crescente das articulações, perda progressiva dos movimentos e alterações do caráter social dos pacientes.
Coordenado pelo professor Marcos Augusto Grigolin Grisotto, da Universidade CEUMA (UNICEUMA), o estudo pretende investigar se o sulforafano – produto de origem natural com poder antioxidante e que já está sendo testado no tratamento de câncer, danos renais e intestinais – também poderia funcionar no alívio dos sintomas da artrite reumatóide.
Apesar de existirem diversos medicamentos utilizados no tratamento dessa doença, nenhum deles é capaz de reverter os danos já ocorridos nas articulações. A artrite reumatóide é tipicamente mediada por linfócitos T (células que têm diversas funções no organismo e são de extrema importância para o sistema imune) e se caracteriza por intensa infiltração de células inflamatórias, que causam a destruição de cartilagem e perda óssea.
De acordo com o professor Marcos Grisotto, embora as causas da AR ainda não estejam totalmente esclarecidas, as alterações observadas no ambiente articular dependem da interação entre diversos tipos celulares que assim contribuem para a progressão da doença. Além disso, a dor é uma queixa constante em uma porcentagem considerável dos pacientes sob quaisquer tratamentos disponíveis.
“Considerando a dor, associada às alterações imunológicas e inflamatórias observadas na artrite reumatóide, o entendimento de elementos comuns envolvidos nesse processo seria de grande importância para a busca de novos tratamentos para essa patologia”, declarou o pesquisador.
A pesquisa – que será desenvolvida principalmente pelo aluno de mestrado João Francisco Rodrigues – encontra-se em fase inicial e foi aprovada recentemente pelo comitê de ética em experimentação animal. “Precisamos agora dos materiais, equipamentos e principalmente dos animais (camundongos) para que os experimentos sejam realizados”, disse o professor.
Marcos Grisotto é coordenador do Mestrado em Biologia Parasitária da UNICEUMA. Possui doutorado em Imunologia pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado no Mount Sinai School of Medicine, NY, USA. Além do professor Grisotto, alunos de mestrado, doutorado e os pesquisadores Elizabeth Fernandes (UNICEUMA) e Cláudio Marinho (USP) também estão participando do projeto.