Pessoas com maior escolaridade são as que mais praticam atividades físicas
Independentemente do sexo, quanto maior a escolaridade, maior a pratica de atividades físicas de lazer. É o que mostra a pesquisa da professora de Educação Física, Evelyn Fabiana Costa. O trabalho de mestrado Prática de atividade física e sua relação com escolaridade em adultos de Ermelino Matarazzo, Zona Leste de São Paulo, foi realizado entre 2007 e 2009 na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). O estudo teve o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
De acordo com Evelyn, as pessoas com mais anos de estudo são as que mais praticam atividades físicas de lazer. No estudo, a atividade física foi classificada de quatro maneiras: no lazer, no trabalho, no ambiente doméstico e de locomoção. Foram entrevistadas 890 pessoas do município paulista, considerado de baixo nível socioeconômico.
A pesquisa revela que apenas 16% dos entrevistados praticam atividades físicas de lazer. O levantamento mostra que a maioria dos moradores pratica atividade física no ambiente doméstico, 44,8%. Como forma de locomoção é 37,6%. “Quem tem mais escolaridade, por ter melhor condição financeira ou maior acesso a informação, faz mais atividade física no lazer”, explica Evelyn.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são necessários 30 minutos de atividades leves por dia, pelo menos cinco dias por semana, ou 20 minutos de atividades mais pesadas, três vezes por semana, para que a pessoas seja favorecida da prática do exercício físico.
Evelyn explica que as quatro formas de atividade física são benéficas na prevenção e tratamento de doenças, como hipertensão, diabetes e depressão. “É claro que as atividades de lazer são mais prazerosas e mais eficazes no combate a doenças”, acrescenta.
Para ela, a conclusão mais importante da pesquisa é a constatação da necessidade de se implantar políticas públicas de incentivo a prática de atividades físicas a população menos beneficiada, com a construção de parques, calçadas apropriadas e centros esportivos. Segundo Evelyn, é preciso uma infraestrutura local adequada que proporcione esse estímulo.