Problemas ginecológicos podem levar à infertilidade feminina

Problemas ginecológicos podem levar à infertilidade feminina
novembro 24 13:08 2009

Há registros médicos de que de 30% a 60% das mulheres em fase reprodutiva apresentam os sintomas, mas o número de portadoras de miomas deve ser maior porque muitas delas são assintomáticas. “Existe uma incidência muito grande de mulheres assintomáticas, que descobrem ser portadoras de mioma uterino quando procuram o ginecologista para uma consulta de rotina”, observa o ginecologista Joji Ueno, diretor da Clínica Gera.

Às vezes, eles são tão pequenos que não atrapalham e não provocam sintomas. São revelados geralmente pela ultrassonografia e demandam o que se chama de tratamento expectante, isto é, o que se limita a observar a evolução do quadro de cada paciente.

Geralmente, o primeiro sintoma da presença dos miomas uterinos é o aumento do fluxo menstrual. Numa proporção muito pequena, o mioma pode causar infertilidade na mulher. Há casos em que, só depois de ter-se submetido sem sucesso ao tratamento para engravidar durante dois ou três anos, a mulher descobre ser portadora de um mioma que interfere na cavidade endometrial, tornando impossível a gravidez.

Há também a possibilidade do tratamento medicamentoso, que é temporário, isto é, ele não cura o mioma. Após a sua interrupção, o mioma volta a crescer. O tratamento medicamentoso faz com que a mulher diminua sua produção de estrogênio, simulando a menopausa.paciente_ressonancia_magnetica

Alterações menstruais constantes constituem-se num sinal de alerta para as mulheres, pois podem indicar a presença da síndrome dos ovários policísticos ou de endometriose. “A mulher que apresenta a Síndrome dos Ovários Policísticos menstrua a cada dois ou três meses e, freqüentemente, tem apenas dois ou três episódios de menstruação por ano”, observa Ueno. Outro sintoma da doença é o hirsutismo, ou seja, o aumento de pêlos no rosto, nos seios e na região do abdome.

A mulher que apresenta ovários policísticos produz uma quantidade maior de hormônios masculinos, os andrógenos, fator que pode afetar a fertilidade feminina. O principal problema que este desequilíbrio hormonal provoca está relacionado com a ovulação. “A testosterona produzida pela mulher interfere nesse mecanismo e, ao mesmo tempo, aumenta a possibilidade da incidência de cistos, porque eles resultam de um defeito na ação dos hormônios do ovário, impedindo a ovulação”, explica o médico.

A menopausa precoce associada ao fim das funções reprodutivas femininas, ocorre com mulheres portadoras de câncer que se submeteram ao tratamento quimioterápico ou radioterápico ─ terapias que prejudicam a fertilidade feminina ─ e com mulheres que tiveram os ovários removidos cirurgicamente. “Nesses casos, as pacientes apresentam os mesmos sintomas que caracterizam a menopausa: calores e suores intensos, secura vaginal e outros desconfortos, devido à queda brusca na produção hormonal”, esclarece Ueno.

Quando a menopausa ocorre antes dos 40 anos, sem uma causa aparente, costuma-se identificar o processo como Falência Ovariana Prematura (FOP). Esse processo pode ter causas genéticas ou ser conseqüência de doenças autoimunes como a artrite reumatóide, lupus e diabetes.

Segundo Ueno, “a determinação da causa da menopausa prematura é importante para as mulheres que desejam engravidar. O exame físico é útil, seguidos por exames complementares, como o de dosagem hormonal e o ultrassom ovariano. Exames de sangue podem ser realizados para se investigar a presença de anticorpos que acarretam danos às glândulas endócrinas ─ exemplo de doenças autoimunes. Para as mulheres com menos de 30 anos, geralmente se faz uma análise dos cromossomos”.

O quarto problema ginecológico, a endometriose, é tema recorrente entre as mulheres, porque além de causar dor durante a relação sexual, alterações intestinais durante a menstruação ─ como diarreia ou dor para evacuar ─ também está associada às dificuldades para engravidar após um ano de tentativas sem sucesso.

“A relação entre a endometriose e a infertilidade feminina pode manifestar-se em alguns casos. Pacientes em estágio avançado da doença e obstrução na tuba uterina que impeça o óvulo de chegar ao espermatozóide têm um fator anatômico que justifica a infertilidade”, explica o médico.

Além disso, algumas questões hormonais e imunológicas podem ser a causa para algumas mulheres com quadros mais leves de endometriose não conseguirem engravidar. A caracterização dessa permeabilidade tubária é um ponto a favor de uma gravidez que depende de outros fatores como a função ovariana ou a não formação de aderências depois da cirurgia.