REDEBIO recomenda formação de quatro redes de pesquisa

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Por Ivanildo Santos 13 de abril de 2010

redebio2Após a análise de propostas submetidas pelos Estados do Acre, Amazonas, Maranhão, Pará e Tocatins, o Comitê Gestor da Rede Amazônica de Pesquisa e Desenvolvimento de Biocosméticos (RedeBio) divulga o resultado da avaliação que recomenda 24 projetos de pesquisa sobre a cadeia produtiva de quatro insumos regionais: andiroba, copaíba, castanha-do-brasil e babaçu, alguns dos recursos naturais da floresta que podem virar produtos inovadores em biocosméticos. Para ler o resultado completo, clique aqui.

As propostas devem agrupar a formação de quatro redes de pesquisa: Rede de Padronização dos óleos de andiroba e copaíba da Amazônia (Repacam), coordenada por Jefferson Rocha de Andrade Silva; Rede para desenvolvimento de C,T&I na geração de insumos da andiroba para aplicação na indústria de cosméticos, com Cecília Verônica Nunez, na coordenação; Rede para o fortalecimento e inovação estratégica da cadeia produtiva de óleos da Amazônia aplicados em cosméticos (Rede Anaua), coordenada por Wagner Luiz Ramos Barbosa; e a Rede Babaçu-Mampa, com Maria Nilce de Souza Ribeiro como coordenadora.

Ao todo, foram submetidas 42 propostas, sendo 19 do Amazonas, oito do Pará, sete do Maranhão, cinco do Acre e três do Tocantins. Das propostas recomendadas, o maior número ficou com o Estado do Amazonas, que teve 12 projetos aprovados. Em seguida, vem o Estado do Pará com seis projetos aprovados. O Acre e o Maranhão tiveram o mesmo número de propostas recomendadas, três em cada estado.

Dos projetos maranhenses, um pertence à Rede para o Fortalecimento e Inovação Estratégica da Cadeia Produtiva de Óleos da Amazônia Aplicados em Cosméticos, e os outros dois integram a Rede Babaçu.

Apesar das recomendações, esta ainda não é a decisão final do comitê, que deverá ainda definir o resultado final do edital após a conclusão da etapa de ajustes técnicos e orçamentários.

 Próximos passos

Segundo a diretora técnico-científica da FAPEAM, Patrícia Sampaio, a próxima etapa para a definição das redes que vão receber os recursos previstos, na ordem de R$ 6,6 milhões, será uma reunião entre os coordenadores gerais das redes recomendadas e Comitê de Avaliação para os devidos ajustes. A reunião vai ocorrer na sede da FAPEAM, em Manaus, no dia 20 de abril, às 9h. “A presença de todos é indispensável para continuidade do processo de julgamento das propostas”, afirmou Sampaio.

Processo de avaliação

A recomendação das quatro redes ocorreu após reunião, realizada na última quinta-feira, dia 8, na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) em Manaus, com a participação do comitê gestor da RedeBio. A  reunião encerrou mais uma etapa do processo de avaliação das propostas submetidas à Rede de Pesquisas em Biocosméticos (RedeBio). De acordo com o diretor-presidente da Fapeam, Odenildo Sena, a recomendação das redes vai possibilitar que pesquisas sejam realizadas, simultaneamente, em vários Estados rendendo resultados práticos em um menor tempo. “Uma vez que temos vários pesquisadores envolvidos numa determinada pesquisa, para gerar um ou vários produtos, as chances dos resultados aparecerem de forma mais rápida aumenta, pois trabalhando juntos há a troca de informações e resultados”, explicou Sena.

Para a diretora-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Maranhão (Fapema), Rosane Nassar Meireles Guerra, a sistemática de fomentar pesquisa em rede é interessante, principalmente nas regiões Norte/Nordeste. “A possibilidade de somar as competências locais por meio deste edital da Redebio tem grande importância pela sua interface entre a pesquisa e a indústria”, lembrou.

Importância regional

Segundo o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (Fapespa), Ubiratan Holanda Bezerra, a Redebio representa um movimento muito interessante das Faps, pois complementa a capacidade de cada uma nas áreas de pesquisas em biocosméticos.

Bezerra disse ainda que os representantes da região amazônica precisam investir maciçamente para poder gerar mais tecnologias para as empresas e, com isso, torná-las mais competitivas. “Já temos no Estado do Pará empresas que trabalham com produtos à base de castanha, copaíba e andiroba. Temos sabonetes e cosméticos feitos por pequenas empresas, mas precisamos ampliar os conhecimentos sobre as potencialidades desses produtos”, afirmou.

A diretora técnica da Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac), Tânia Guimarães, explicou que a área de biocosméticos é fundamental para o desenvolvimento da região Norte e as Faps estão potencializando as competências dos técnicos através de fomento e redes de pesquisa. “Nosso objetivo aqui é desenvolver produtos a partir da biodiversidade amazônica para área de biocosmésticos e assim implementar uma indústria forte na região”, destacou.

Sobre a Redebio

A Redebio é resultado de uma aliança formada entre as Fundações de Amparo a Pesquisa dos Estados do Pará (FAPESPA), Amazonas (FAPEAM), Maranhão (FAPEMA), Acre (FUNTAC) e a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do Tocantins (SECT/TO), que reuniram esforços para promover a formação e o fomento de uma rede de caráter interregional e interdisciplinar.

O objetivo da REDEBIO é apoiar atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, mediante a seleção de propostas para apoio financeiro a projetos em rede de pesquisa inter-regional e interdisciplinar em biocosméticos, fortalecendo cadeias extrativistas da região, melhorando os sistemas produtivos e apoiando comunidades para alcançar melhores níveis de sustentabilidade dessas comunidades.