Maranhão participa de convênio com o Reino Unido para fomento à pesquisa científica
Em visita ao Brasil, o Ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, anunciou nesta quarta-feira (9) o lançamento do Fundo Newton no país. A iniciativa, que visa fomentar o avanço em pesquisa e inovação em países emergentes, será celebrada em evento na Universidade de São Paulo (USP), com a participação de diversos representantes britânicos e brasileiros na área de ciência.
A diretora presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA, Rosane Guerra esteve entre os presentes na cerimônia. O Maranhão será um dos estados da Federação a ter participação no Fundo Newton.
O fundo totaliza 375 milhões de libras esterlinas (cerca de 1,4 bilhões de reais) e será disponibilizado por meio de coparticipação entre 15 países emergentes por três anos. O Brasil ficará com uma fatia de 9 milhões de libras esterlinas por ano (mais de 33 milhões de reais). O valor será igualmente retribuído pelo país, por meio do aporte de instituições brasileiras de pesquisa científica. A quantia representa uma das mais significativas entre os países participantes.
A primeira parceria confirmada para o Fundo Newton no Brasil será com o Conselho Nacional da Fundações Estaduais de Apoio à Pesquisa (Confap) e com Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) de diferentes estados brasileiros. As instituições farão um investimento total de, no mínimo, 3 milhões de libras esterlinas (cerca de 11 milhões de reais) por ano, nos próximos três anos, representando uma parte significativa da coparticipação brasileira.
O acordo, celebrado durante cerimônia na USP, apoiará a colaboração bilateral em prol do desenvolvimento de áreas-chave, como segurança alimentar, transformação urbana, bioeconomia e doenças negligenciadas.
“O Reino Unido é um líder mundial na colaboração no campo de pesquisa científica internacional e vê muitos ganhos em parcerias com países como o Brasil, que tem demonstrado um avanço acelerado no investimento em ciência e inovação e está posicionado para ser uma das potências científicas do futuro”, disse o Ministro Osborne.
O fundo apoiará a colaboração em pesquisa científica, o desenvolvimento de inovações, o intercâmbio de pesquisadores e estudantes, as relações entre instituições de ciência e o desenvolvimento de novas parcerias entre o Reino Unido e o Brasil.
“Este acordo mostra a importância do Confap como coordenador das atividades das FAPs no Brasil, bem como a relevância delas, seja pelo volume de recursos que aplicam em pesquisa, seja pela sua capilaridade, eficiência e agilidade na execução orçamentária. Algumas delas, inclusive, darão a contrapartida necessária à reciprocidade da proposta. Esperamos que decorram vários projetos de grande relevância desta cooperação com o Reino Unido”, diz Sergio Gargioni, presidente do Confap e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc).
O nome do fundo é baseado no prestigiado cientista britânico Isaac Newton e receberá, em cada país parceiro, também um nome de um renomado cientista de sua região.
Parceria de longa data
A parceria entre o Governo Britânico e as instituições ligadas ao Confap tem se mostrado frutífera nos últimos anos. Em outubro de 2013, foi firmado um acordo de cooperação, com vistas a fortalecer a relação entre Brasil e Reino Unido por meio da capacitação de pesquisadores e de professores de língua inglesa; da mobilidade acadêmica de pesquisadores, docentes e discentes; e da integração de pesquisa e indústria nos países envolvidos, entre outras atividades.
Para selar o acordo, no fórum do Confap realizado no último mês de março, foi assinado um Memorando de Entendimento para estabelecer uma plataforma de desenvolvimento de atividades conjuntas, com vigência de cinco anos, havendo possibilidade de renovação.