SBPC: livro sobre imagem na mídia é lançado no stand da Fapema

SBPC: livro sobre imagem na mídia é lançado no stand da Fapema
julho 13 23:44 2011

ramusyo.livroAs cenas de pessoas em transe passando por cima de fogueiras ou de transformação de água de piscina em sangue chamaram a atenção do pesquisador Marcus Ramúsyo de Almeida Brasil, autor do artigo “Viva Oxalá e o discurso das bordas: uma experiência periférica na estética televisiva”, um dos seis que compõem o livro “A imagem na idade mídia: mediações na imagem e o popular contemporâneo”.

A publicação teve lançamento nacional, nesta quarta-feira (13), no stand da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), na Reunião Anual da SBPC, que acontecerá até sexta-feira (15), em Goiânia/GO.   O pesquisador utilizou o conceito de transferência, absorvido da psicanálise, para mergulhar no universo do pai de santo maranhense conhecido como Sebastião do Coroado.

Seu poder de conversar com divindades e de transformar coisas do mundo material foi transfigurado em poder político. Sebastião do Coroado elegeu-se vereador de São Luís por cinco vezes. Nos anos de 2007 e 2008, essas relações de poder ganharam espaço na mídia maranhense, com o programa Viva Oxalá, apresentado pelo próprio pai de santo.

“Essa relação de poder acontece justamente pela transferência dos adeptos dessa religião, que acreditam nessa forma de pensar o cosmos, como capital eleitoral. Tudo isso me levou a questionar as relações políticas dessa religião, e pensá-la a partir da mídia televisiva”, destacou Ramúsyo.

O pesquisador aponta certa desqualificação dessas religiões nos espaços midiáticos. No Maranhão, o programa de Sebastião do Coroado era o único representante da umbanda na TV. Apesar disso, “é uma importante estratégia de diminuição das desigualdades nas políticas de representação social”, apontou na conclusão da pesquisa.

Outras imagens

O livro “A imagem na idade mídia” tem, também, artigos que abordam o manto da apresentação de Bispo do Rosário, de autoria de Almir Valente; a relação entre patrimônio cultural e grafite no Centro Histórico de São Luís, de Bruno Ferreira; as funções da linguagem a partir de fotografias de páginas de jornal, de Carolina Libério; iconografia do Maranhão, de Raquel Gomes Noronha; a exploração da imagem sob a forma de mercadoria; de Georgia Patrícia da Silva.