Semana Nacional de Oceanografia discute características do litoral brasileiro e maranhense

Semana Nacional de Oceanografia discute características do litoral brasileiro e maranhense
agosto 11 14:42 2011

Acontece em São Luís, até a próxima sexta (12), a XXIII Semana Nacional de Oceanografia (SNO), na Universidade Federal do Maranhão (Campus Bacanga). O evento, que é um dos mais tradicionais do ramo no Brasil, é organizado por estudantes de graduação desde 1987, e já passou por vários estados.

Toxicologia2Com o tema “Ecossistemas Costeiros Tropicais: Potencialidades, Riscos e Desafios”, a SNO 2011 trabalha com enfoque nas características regionais do litoral brasileiro e maranhense, de áreas como os Lençóis, o Golfão e o Delta.

O evento reúne cerca de 500 estudantes e especialistas ligados a instituições governamentais, ONG´s, de ensino e pesquisa de todo o país, com a realização de mesas-redondas, mini-cursos, oficinas, trabalhos científicos, vivências de campo e reuniões sobre temas específicos distribuídos nas áreas Biológica, Geológica, Física e Química.

A Semana Nacional objetiva integrar a comunidade de oceanógrafos e chamar a atenção da comunidade para a profissão, ainda pouco conhecida, que se revela de grande importância no desenvolvimento de pesquisas, metodologias e soluções para questões de sustentabilidade ambiental. “A oceanografia se preocupa com o meio ambiente sem descartar o homem como um de seus elementos, buscando as melhores formas de exploração sustentável”, explica uma das organizadoras do evento, Raissa Celina, graduada em Oceanografia pela UFMA.

Risco Ambiental – O painel “Biomarcadores de contaminantes em ambientes costeiros e marinhos”, apresentado nesta quarta-feira, 10, pelos doutores Yara Muller (UFSC), Adalto Bianchini (FURG) e Ricardo Luvizotto (UFMA) discutiu uma pesquisa que utiliza seres vivos para demonstrar os efeitos da exposição a poluentes ambientais, através da identificação de alterações fisiológicas.

ToxicologiaO professor Ricardo Luvizotto está desenvolvendo no Estado uma linha de pesquisa, chamada de ecotoxicologia aquática, que consiste em avaliar a contaminação de peixes por hormônios femininos, presentes na água dos rios, com o aparecimento de características femininas em animais machos.

O pesquisador destacou que os danos fisiológicos, bioquímicos e moleculares causados pela exposição aos elementos tóxicos acarreta alterações comportamentais e reprodutivas nos animais, efeitos que também podem alcançar humanos em contato com a água. “As fezes e urinas de mulheres que realizam reposição hormonal ou utilizam anticoncepcional, quando não tratadas adequadamente, alcançam os afluentes e  provocam a feminilização de peixes”, explicou o palestrante.