Sensor olfativo desenvolvido no Maranhão detecta variações na qualidade de biocombustíveis

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Por Ivanildo Santos 16 de setembro de 2013

biodiesel-with-sunflowersJá pensou em pagar menos e ter mais na hora de abastecer seu carro e ainda contribuir com a natureza? Essas questões levaram a humanidade a procurar alternativas de energia que promovam vantagens como a diminuição de gases poluentes e a redução da importação do óleo diesel.

Para ter essa forma sustentável mais próxima do cotidiano, investimentos na produção de biocombustíveis têm ganhado cada vez mais espaço científico. Uma pesquisa no Maranhão tem desenvolvido um sensor olfativo artificial que avalia a qualidade do biodiesel produzido e permite resultados precisos.

A função principal do sensor olfativo é detectar as variações de qualidade do biocombustível, especificamente do biodiesel. O dispositivo identifica a melhor característica do combustível vegetal produzido e, assim, aperfeiçoa o uso das oleaginosas para fabricação do biodiesel. Esse estudo foi desenvolvido pelo professor do Instituto Federal do Maranhão – IFMA, Jomar Sales Vasconcelos, que teve o projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA, por meio do edital Universal (nº004/2010).

Para compor a identificação do biodiesel de qualidade, a pesquisa utiliza materiais cerâmicos que apresentam excelentes propriedades sensoriais e alto desempenho, fazendo ainda um processamento químico. “A partir do processamento, temos um sensor em forma de pastilha, que é levado ao forno a uma temperatura adequada e depois o sensor está pronto”. Para fazer os testes, temos que colocar os eletrodos de ouro para poder fazer as medidas elétricas”, relatou Jomar Vasconcelos.

Segundo o pesquisador, para que o sensor funcione é preciso construir uma câmara de medida de vapores. “Na câmara, coloca-se o sensor e o combustível, mas para o sensor ler o que está no combustível é necessário aquecê-lo para que comece a sair o seu gás. Depois de aquecido, o sensor fará a leitura docombustível em forma de vapor, e é por isso a ideia de sensor olfativo, como se tivesse observando, captando os vapores do combustível, que entram, penetram na área da superfície do sensor. Nesse momento,ocorrem modificações elétricas de forma que se pode observar e identificar, através das medidas elétricas, a qualidade do combustível comparado com o padrão”, explicou.

O sensor olfativo aceita qualquer biocombustível, ou seja, analisa todo tipo de oleaginosa (babaçu, mamona, gergelim, girassol). E nos testes realizados quanto ao desempenho do sensor os resultados foram animadores. “Nos testes que foram feitos ele apresentou sensibilidade, precisão e estabilidade. Fatores, estes, principais para um bom sensor”, ressaltou o pesquisador.

O próximo passo da pesquisa é facilitar o funcionamento do sensor olfativo para o usuário. “Estamos fazendo o dispositivo via sistema embarcado (ou sistema embutido) de tal forma que, você consegue acessar o estado do sensor através de um display, sem precisar de instrumento de bancada de laboratório”, completou Vasconcelos.