Status sanitário do rebanho suíno do Maranhão está sendo pesquisado visando o fortalecimento da cadeia produtiva
Considerada uma atividade de grande potencial para gerar renda, principalmente para pequenos produtores, a suinocultura maranhense ainda precisa superar algumas barreiras para se tornar uma atividade mais rentável. Com essa intenção, o professor da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Dr. Daniel Praseres Chaves, está desenvolvendo uma pesquisa para avaliar o status sanitário do rebanho suíno do Maranhão.
Com o conhecimento do verdadeiro status dos suínos do estado espera-se o fortalecimento da suinocultura, a organização da cadeia produtiva de suínos no Maranhão e consequentemente a geração de renda, especialmente para os pequenos e médios produtores.
Ao final do trabalho, que é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), por meio do Edital Universal, pretende-se fornecer subsídios para que o Maranhão alcance o status de Livre de Peste Suína Clássica e, assim, o seu rebanho seja mais valorizado e tenha uma expansão numérica e também na qualidade, com abertura de mercados favorecendo a economia do Estado. Outro resultado esperado é que as outras doenças, tais como Brucelose suína e Leptospirose, sejam também monitoradas e controladas.
O pesquisador destacou que considerando que o Estado já possui uma grande produção de grãos, que é a base da alimentação dos suínos, o que precisa ser feito agora é melhorar a qualidade sanitária dos animais e provar que a carne suína produzida no Maranhão é de boa qualidade.
“Sabemos que hoje a principal barreira comercial existente no mundo é a sanitária. No momento que conhecermos o verdadeiro status sanitários dos suínos daqui, poderemos elaborar programas de controle e erradicação das principais doenças e comercializar a carne e seus subprodutos para outros mercados”, diz Praseres.
Ele lembra que, para bovinos, o Maranhão mudou de alto risco para febre aftosa para livre com vacinação, a partir de um esforço dos órgãos sanitários, tais como Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (AGED) e Ministério da Agricultura. “Porém para suínos, nós ainda estamos numa área infectada para Peste Suína clássica, doença de notificação obrigatória e que provoca sérias restrições comerciais”, destaca.
O trabalho está sendo desenvolvido no programa de Mestrado Profissional em Defesa Sanitária Animal da UEMA, com o envolvimento de profissionais da AGED e também com a parceria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
“Estamos na segunda fase do projeto. A primeira foi avaliar animais abatidos em dois matadouros com Inspeção Municipal, sendo um em São Luís e outro em Imperatriz. Nesses locais, colhemos amostras de sangue e órgãos dos animais abatidos para análises imunológicas e de biologia molecular para identificar a presença de agentes causadores das principais enfermidades, incluindo-se a PSC”, conta.
Os dados obtidos dos matadouros com inspeção municipal já foram apresentados e estão em fase de publicação. “Para a nossa satisfação, todos os exames realizados dos animais abatidos em Imperatriz e em São Luís nesses matadouros, não apresentaram a presença do vírus da Peste Suína Clássica”, revela.
Os dados desse trabalho, segundo informou Praseres, estão servindo de base para elaboração de uma série de legislações que fundamentarão programa sanitário, além de embasar uma futura mudança de status sanitário. Na fase atual do trabalho estão sendo colhidas amostras em matadouros sem inspeção (clandestinos), pois estes abatem animais das mais variadas origens, o que possibilita o diagnosticar a presença ou ausência das doenças.