Telescópio e Energia Escura são temas de conferência na SBPC

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Por Ivanildo Santos 15 de julho de 2009

A história do universo contada a partir da redescoberta do telescópio feita pelo matemático, físico, astrônomo e filósofo, Galileu Galilei, por volta de 1600, foi tema de conferência nesta terça-feira (14), em Manaus, durante a 61ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que se realiza até a próxima sexta-feira (17).

O tema da edição da SBPC deste ano é Amazônia: Ciência e Cultura. A palestra com o título os “400 anos de Observações Telescópicas” foi proferida pelo pesquisador do Observatório Nacional (ON), Marcio Antônio Geimba Maia, que lembrou também o Ano Internacional da Astronomia.204631

Maia reiterou a importância do telescópio para a descoberta do universo e suas transformações ao longo do tempo. “Tentei mostrar na palestra como era o telescópio antes, desde a época de Galileu até os dias atuais. Hoje, com os nossos equipamentos é possível ampliar o conhecimento no que diz respeito ao universo. Conseguimos até mesmo verificar o nascimento dos astros, sejam eles, estrelas e galáxias”, disse.

O pesquisador do ON abordou ainda a questão da energia escura, uma espécie de força gravitacional que tem expandido o universo numa velocidade maior nos últimos 10 anos. Neste sentido, Maia apresentou ainda o projeto “The Dark Energy Survey”, cuja  finalidade é determinar a natureza da Energia Escura, principal causadora da expansão acelerada do Universo, através de quatro testes astronômicos: número de aglomerados distantes, medida da aglutinação de galáxias em grande escala, efeito fraco de lentes gravitacionais e estudo de supernovas distantes. O estudo recebe o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por meio do Observatório Nacional.

O consórcio formado por pesquisadores e técnicos ligados a diferentes instituições brasileiras, tais como: Observatório Nacional (ON), Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) e outros é coordenado pelo próprio ON. Esse grupo brasileiro é membro do projeto internacional “The Dark Energy Survey”.

O “The Dark” é um projeto que visa mapear, a partir de 2010, uma área de céu de 5 mil graus quadrados, próxima ao pólo sul galáctico, em pelo menos quatro bandas. “Para tal, está sendo construída uma câmera grande angular de alta eficiência e um corretor ótico, proporcionando uma abertura angular de 3 graus quadrados”, explicou.

Marcio Maia disse que no futuro existe a possibilidade do rompimento do universo. “O universo já passou por várias fases e achamos que essa é mais uma delas. Mas, para termos certeza disso, precisamos caracterizar melhor a energia escura”, comentou.