Tracoma é objeto de estudo em alunos da rede municipal de ensino de Caxias (MA)
O tracoma é uma afecção inflamatória ocular crônica, cujo agente etiológico é a Chlamydia trachomatis (sorotipos A, B, Ba e C), uma bactéria gramnegativa que produz uma ceratoconjuntivite crônica recidivante e transmissível. O tracoma ainda é um importante problema de saúde pública, causando morbidade, deficiência visual e cegueira em diversos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.
Com o objetivo de analisar o perfil clínico epidemiológico do tracoma em escolares do primeiro ao quinto ano da rede municipal de ensino de Caxias, pesquisadoras do Centro de Estudos Superiores de Caxias (CESC) da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) realizaram um estudo transversal, aleatorizado, nas escolas municipais de Caxias (MA).
Segundo a pesquisadora Núbia e Silva Ribeiro, foram examinadas 1231 crianças do ensino fundamental, de 5 a 14 anos, durante o ano de 2014. As escolas foram escolhidas por sorteio, de acordo com o número de estudantes e com a localização dentro do setor da cidade (centro, região intermediária e periferia), totalizando 18 escolas.
“Foi realizado exame ocular externo para detectar a presença de sinais clínicos de tracoma, seguindo as normas da Organização Mundial de Saúde. Das 1231 crianças examinadas foram diagnosticados sete casos da aferição. Destes o tracoma folicular foi encontrado em três dos casos examinados, um de tracoma intenso e três cicatriz conjuntival tracomatosa”, explicou a pesquisadora.
Segundo Núbia e Silva Ribeiro, verificou-se que dois dos casos eram assintomáticos. Os meninos (5) foram mais acometidos que as meninas (2) e quatro dos casos examinados tinham oito anos. Entre os comunicantes dos casos examinados não houve nenhum caso positivo.
Conforme dados da pesquisa, as crianças com tracoma moravam principalmente na região intermediária e periférica da cidade, áreas onde o fornecimento de água pode ser descontínuo e o tratamento do esgoto pode estar ausente. Prurido e ardor ocular foram sintomas que estavam relacionados com a presença da doença.
“Embora a prevalência tenha sido baixa, a presença de formas graves aponta para a possibilidade da existência de casos cicatriciais no futuro, se não houver tratamento e controle adequado, indicando a necessidade de intensificação das ações de vigilância epidemiológica do tracoma”, ressaltou a pesquisadora, que realizou o estudo justamente com Tharline Silva Chaves e Joseneide Teixeira Câmara.