Violência nas escolas é alvo de estudo apoiado pela FAPEMA, em Bacabal
A violência em diversas esferas sociais está aumentando, e, nos últimos anos, a sensação é de um latejar doloroso. Seja nos lares ou nas ruas, os números são alarmantes, chegando à 25 mortes para cada 100 habitantes. O Maranhão figura entre um dos estados mais violentos do país, de acordo com o Mapa da Violência 2013.
Partindo da ideia de que a escola é um reflexo da sociedade em que se vive, uma pesquisa, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA, por meio do Edital de Apoio a Projetos de Extensão – AEXT, faz um mapeamento nas instituições de ensino da rede municipal de Bacabal sobre as situações consideradas de violência no ambiente escolar.
A mestra em educação, pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA, Maria José dos Santos, desenvolveu o projeto de extensão “Arena da Paz: resignificação dos sentidos atribuídos à violência no cotidiano escolar” que faz palestras, oficinas e ações junto ao corpo docente e aos alunos do sexto ao nono ano do Ensino Fundamental, com o objetivo de diminuir a violência dentro da escola. Baseada em fundamentos teóricos de grandes pensadores, a pesquisa analisa situações de violência em ambiente escolar e os sentidos que são atribuídos pelos agressores e as vítimas.
“Temos a pretensão de contribuir de forma teórica no aprofundamento das questões de violência escolar. Tomamos como fundamento teórico principalmente as reflexões de sociológos e teóricos da educação, como Paulo Freire, e aí a discussão vai muito entorno do que mídia produz enquanto aquilo que se chama de violência escolar. Então, a escola por mais que se coloque como ambiente que desenvolve muitas práticas de violência é também um espaço onde o aluno realiza outras atividades que muitas vezes não são consideradas nesse contexto”, afirmou a pesquisadora.
A tentativa é colaborar para o diálogo na escola, ajudando a reprimir todas as formas violência, verbal ou física, transformando o ambiente hostil em uma cultura de paz dentro do espaço educacional. O projeto também tem a intenção de resgatar a positividade que acontece dentro da escola, no sentido de que o ambiente seja transformado, as relações se tornem mais humanas e que consiga ver a escola por esse outro lado que é o da positividade de não apenas um foco muito grande diante daquilo que pode ser considerada uma atitude de violência, mas tenta resgatar ações que são desenvolvidas dentro escola e que contribuem para transformação de um ambiente de paz que muitas vezes passa despercebido.
E por saber que a violência perpassa os diferentes setores da sociedade, a discussão chega ao âmbito dos direitos humanos, que tenta encontrar condições de fraternidade e respeito não só entre crianças e adolescentes, mas também a todos os cidadãos. Para a pesquisadora, a escola poderá transformar essa arena de conflito em um lugar de paz, ultrapassando os quatro cantos da sala de aula e chegando até a sociedade. “Nesse sentido que se diz que a escola é um lugar para além das suas paredes, dos tijolos, da parte fria, ela é um lugar onde se faz amigos, é um lugar onde se pode ser feliz”, finalizou Maria José.