Workshop discute alternativas sustentáveis para moradores da Baixada Maranhense
Como aliar a diversidade da cadeira produtiva dos peixes, com a recuperação da mata ciliar ao longo do rio Mearim e as potencialidades das tartarugas como recurso alimentar? Os assuntos são diversos entre si, mas trazem como premissa a realidade vivida pelas comunidades da Baixada Maranhense. E essa realidade, bem como essas pesquisas, vão ser discutidas durante o 1º Workshop da Rede de Pesquisa da Baixada Maranhense (Rebax), que acontece na próxima quarta-feira (31), no Hotel Premier, em São Luís, a partir das 08h.
Do encontro, participam a secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Rosane Guerra, o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), Antônio Luiz Amaral Pereira, a coordenadora da Rebax, Zefira Almeida, representantes das Universidades Federal e Estadual do Maranhão, além de 120 pesquisadores que integram a rede de pesquisa. São eles os responsáveis pelo desenvolvimento dos doze projetos de pesquisa que tem como objetivo contribuir com o desenvolvimento sustentável da região.
A Baixada Maranhense é uma das regiões mais diversificadas do Estado. As atividades econômicas predominantemente desenvolvidas na região são concentradas no setor agrícola, de baixo impacto para o desenvolvimento econômico. Segundo levantamento realizado pelo Censo, nesses municípios existe a predominância da atividade de subsistência. Hoje a região é composta por 23 cidades: Anajatuba, Arari, Bela Vista do Maranhão, Cajari, Penalva, Conceição do Lago-Açu, Igarapé do Meio, Matinha, Monção, Olinda Nova do Maranhão, Palmeirândia, Pedro do Rosário, Penalva, Peri-Mirim, Pinheiro, Presidente Sarney, Santa Helena, São Bento, São João Batista, São Vicente Ferrer, Viana e Vitória do Mearim.
A realização deste primeiro workshop é fruto das análises colhidas ao longo de um ano desde o início das pesquisas executadas graças ao edital
Fapema de apoio a projetos de pesquisa para formação da rede de pesquisa da baixada maranhense (Rebax). O edital destinou valores de R$ 620 mil reais para esse estudo. No total, doze projetos foram executados a partir de três linhas de pesquisa. No evento, os pesquisadores vão ter a oportunidade de apresentar os resultados parciais dos trabalhos.
De acordo com a coordenadora do Rebax, Zafira Almeida, essa será também a oportunidade para que haja um trabalho integrado entre os pesquisadores. “Na verdade como o tema é Baixada Maranhense os trabalhos se completam entre si. A partir do momento em que um pesquisador sabe do projeto do outro, fica mais fácil dar sugestão e acontecer um complemento de informações entre cada uma das propostas”, afirmou.
Entre as pesquisas que vão ser apresentadas, estão: o Mapeamento das Potencialidades de Tartarugas como Recurso Alimentar para Subsidiar Alternativas de Renda das Comunidades Locais e Para a Conservação das Espécies na Baixada Maranhense, da pesquisadora Larissa Barreto; Sustentabilidade e Conservação da Jaçanã, do pesquisador Antônio Augusto Rodrigues; e a Biblioteca Digital da Baixada, do pesquisador Sérgio Ferreti. Ao todo, 150 pesquisadores, oriundos da UFMA e da UEMA integram a rede de pesquisa Rebax. “Essa troca vai servir para que haja uma interação e que se formem parceiros de modo a contribuir para que haja uma modificação na realidade da região da baixada maranhense”, argumenta Zafira Almeida.
As linhas de pesquisa dos trabalhos, focadas na diversidade vegetal e animal; na bioeconomia (desenvolvimento de produtos e processos); e na configuração socioeconômica, cultural e política da região vão ser mantidas. Todo o projeto de pesquisa deverá ser concluído apenas no final do ano que vem, até lá, novas rodadas de discussão de trabalhos devem ser realizadas. Os projetos foram aprovados em atendimento ao edital Fapema n° 32/2010 para execução no biênio 2012-2013.